A visão e a deficiência visual:

06/04/2010 16:20

 Conceito:

"A deficiência visual se caracteriza pela incapacidade total ou parcial de seus portadores utilizarem o sentido da visão nas atividades normais da vida e pela  capacidade de superarem esta deficiência. Os portadores de deficiência visual são classificados em dois grupos: - Cegos propriamente ditos, e portadores de visão subnormal."

Parâmetros:

Podemos usar os seguintes parâmetros para classificar os cegos ou portadores de visão subnormal ou reduzida:

Acuidade visual:

Neste item, estabelecemos com precisão quanto existe ainda de visão para perto e para longe. A partir dai estabelecemos a perda total da acuidade visual.

Ex: se a acuidade visual para longe for de 20/100 e o paciente puder ler temos  = 50% de perda acuidade visual.

Ainda aqui é importante ressaltar que crianças com acuidade visual corrigível a 20/200 ou menos, são incapacitadas para os metodos de educação corrente e devem freqüentar escolas especiais.

Campo visual:

É um meio semiológico altamente diferenciado e de técnica bastante delicada. O oftalmologista, com aparelhos especiais, faz a campimetria (medição do campo visual).

Esta poderá determinar alterações relacionadas a patologias do sistema nervoso, que envolvem o lobo occipital, as vias ópticas, o quiasma e o nervo óptico. Do mesmo modo, no glaucoma as alterações do campo visual instruem sobre o sofrimento das fibras ópticas na periferia da retina e na papila óptica.

Motilidade ocular:

Quando as imagens incidem sobre qualquer ponto simétrico da retina dos dois olhos, produz-se uma única e mesma sensação visual: é a visão binocular.

Ao contrário, se por uma lesão na inervasão dos músculos o paralelismo dos olhos for alterado, as imagens não se formarão em pontos simétricos da retina, havendo então percepção de duas imagens: a diplopia.

Visão subnormal (Ambioplia):

É a baixa de visão, mesmo com o uso do óculos e estando as estruturas oculares normais. O olho amblíope não teve o desenvolvimento normal da visão. Também é conhecido como "olho preguiçoso".

Se durante a idade de maior desenvolvimento da visão, que é até aproximadamente os 7 anos, ocorrem alterações que impedem o foco de imagens nítidas na retina, o olho não amadurece a visão.

Em síntese, cego é aquele que apresenta perda total da visão, que necessite método Braille (ou outro método similar) como meio de leitura escrita.

A pessoa com visão subnormal é aquela que, embora com distúrbios de visão, consegue ler textos impressos em tinta.

 

Gradações da cegueira:

A deficiência visual, ou cegueira, pode ser considerada em especial, nos aspectos de grau, idade e efeitos colaterais. Richard Slanton French, em sua obra denominada "Um Estudo Social e Educacional do Cego", apresenta a seguinte variação.

Quanto ao grau:

A. Cego total. - Quem não distingui a luz da escuridão, aqueles que tem os olhos removidos ou funcionalmente destruídos.

B. Pessoa capaz de distinguir a luz da escuridão pela visão. - A presença de objetos pode ser feita pelas sombras ou pela luz direta refletida.

C. Pessoa com visão suficiente para distinguir diferenças de luz  e sombra inclusive cores. - Pode ler títulos e manchetes em letras grandes.

D. Pessoa com experiência visual cuja a visão pode ser corrigida com aparelhos. - Quem pode servi-se da visão com correção ótica, como óculos e/ou lupa.

E. Cego para as cores (Daltônico). - Pessoa cuja a deficiência visual consiste na impossibilidade de identificar certas cores, implicando em aspectos de apreciação estética e dificuldade de exercícios de certas profissões.

Quanto a idade:

A. Cego congênito ou cego na tenra infância - Quem nasce cego ou fica cego em idade que ainda não teve experiência visual significativa.

B. Pessoa com resíduo visual tênue - Quem pode aproveitar a luz e as cores em sua formação de experiência mental visual.

C. Pessoa em cuja a educação e desenvolvimento mental geral. A visão teve parte importante. - Geralmente pessoa que ficou cega no início da adolescência e que as experiências visuais foram abundantes.

D. Pessoa cega na maturidade. - Quem fica cego na idade adulta. A cegueira não influi no desenvolvimento geral, mas pode criar sérios problemas de reajustamento.

E. Cego no final da maturidade ou não velhice. - Apresenta problemas sérios de reajustamento, mas a reeducação não tem mais do que um significado pessoal.

Quanto aos efeitos colaterais:

A. Cegueira com comprometimento da saúde geral e vigor. - Isto ocorre em certas doenças degenerativas ou doenças que produzem efeitos degenerativos.

B. Cegueira com comprometimento da audição. - Ou as vezes, do olfato e do paladar .

C. Cegueira com comprometimento da parte mental. - Pode produzir vários graus de deficiência mental ou inabilidade específica.

D. Cegueira associada a tiques ou nervosismo tipo patológico.

E. Cegueira com combinação de efeitos colaterais diversos. - Podem existir várias combinações até com os quatro tipos mencionados acima.

Detecção de problemas na visão:

Segundo Winebrenner, 1952, os mais comuns sinais de deficiência visual são: 


1. Irritação crônica dos olhos, indicadas por olhos lacrimejantes, pálpebras avermelhadas, inchadas ou remelosas.
2. Náuseas, dupla visão ou névoas durante ou após a leitura.
3. Esfregar os olhos, franzir ou contrair o rosto quando se olha objetos distantes.
4. Excessiva cautela ao andar, correr raramente e tropeçar sem razão aparente.
5. Desatenção anormal durante trabalhos no quadro-de-giz, mapas de parede, etc.
6. Queixas de enevoamento visual e tentativas de afastar com as mãos os impedimentos.
7. Inquietação, irritabilidade ou nervosismo excessivos durante um prolongado trabalho.
8. Pestanejar excessivamente, sobretudo durante a leitura.
9. Segurar habitualmente o livro muito perto, muito distante ou em outra posição incomum enquanto se lê.
10. Inclinar a cabeça para o lado durante a leitura.

11. Capacidade de leitura por apenas um período curto de cada vez.

 

Bibliografia

 

Curso de Formação continuada de Professores da Rede Estadual de Ensino do Rio de Janeiro na perspectiva da educação inclusiva para alunos com necessidades educacionais especiais.